segunda-feira, 10 de junho de 2013

A Citação


A política é constituída por homens sem ideais e sem grandeza”, assegurava Albert Camus. Já Voltaire afiançava: "A política tem a sua fonte na perversidade e não na grandeza do espírito humano”.

A nobre arte de pilhar as palavras dos outros está em todo o lado: não há discurso, entrevista ou texto político em que não surjam citações, pensamentos, aforismos de grandes pensadores e filósofos.

Sócrates, o político, na famosa entrevista que deu ao Expresso antes de se candidatar a líder do PS, citou, na perfeição, uma chusma infindável de autores, como Aristóteles, Ortega y Gasset, Fernando Pessoa, Eduardo Lourenço, Nietzsche, Marx, etc, etc... Impõe-se, então, mais uma citação: "Parece um absurdo, e no entanto é a exacta verdade, que, se toda a realidade for vazia, não haverá mais nada de real nem de substancial no mundo além das ilusões." – Giacomo Leopardi.

Já a Figueira, capital do império ilusório, tem em Miguel Almeida o seu grande citador: o candidato a Presidente da Câmara pelo PSD, na condição de cronista semanal do diário As Beiras, brindava-nos com imensas citações nos seus escritos...

Assim, coerentemente, importa citar abundantemente no momento em que se escreve sobre a brilhante carreira política de Almeida. Comecemos por Rémy Gourmont: "A política é como o piano e a prostituição: é preciso começar de muito novo, caso contrário não se chega a nada."; e Almeida iniciou-se nas lides políticas ainda jovem, até porque a “política é talvez a única profissão para a qual se pensa que não é precisa nenhuma preparação” (Robert Stevenson).

E a verdade é mesmo essa, Miguel cometeu o feito de chegar a vereador de Santana Lopes sem um currículo minimamente aceitável: foi um péssimo aluno no Secundário, não chegou a ter um emprego a sério... cacicou, conspirou, colou cartazes, trabalhou em associações ligadas ao PSD, tudo menos estudar ou preparar-se politicamente para um cargo com a importância de vereador camarário; como diria Francis Bacon, “todo o acesso a uma alta função se serve de uma escada tortuosa".

O resultado foi o esperado: incompetência, irresponsabilidade, megalomania, despesismo... O episódio que melhor ilustra a acção de Almeida como vereador tem um nome: Pé-de-Salsa. Na altura, a autarquia decidiu gastar 350 mil euros de dinheiro público na instalação de uma discoteca na ilha da Morraceira. Repito: Miguel Almeida desbaratou 350 mil euros de dinheiros públicos numa discoteca e, como se não bastasse, concessionou-a abaixo do preço da renda paga pela câmara! Um negócio perfeito para quem quer desrespeitar os impostos dos portugueses. Como diria Louis Saint-Just, “todas as artes só produziram maravilhas; a arte de governar só produziu monstros”.

Ainda por cima, Miguel Almeida deslumbrou-se com o poder, largou a humildade e discrição que o caracterizavam mal alcançou o poder; o Almeida vereador passou a ser arrogante, sobranceiro e insolente (os funcionários camarários que foram, na altura, destratados pelo autarca podem confirmar este facto).

E a cereja em cima do bolo: antes de entrar na política, Miguel Almeida detinha parcos recursos; o Almeida vereador e político passou a apresentar sinais exteriores de riqueza: quem se esquece do carregamento de charutos, vindo de Cuba, que ficou retido na Alfândega? Ou do restaurante de luxo, La Bodeguita, que abriu em Marbelha mal deixou o cargo de vereador? Ainda bem que Baron de Montesquieu afirmou um dia: "A corrupção dos governantes quase sempre começa com a corrupção dos seus princípios".

Por que razão é importante recordar tudo isto? Porque Miguel quer ser Presidente da Câmara da Figueira da Foz, apesar de não haver “política sem ética, cansaram-se de dizer três dos nossos maiores: Herculano, Antero e Sérgio. A propensão de servir, a rectidão de carácter, a vocação para a fidedignidade, a instância de comportamento cívico foram ensinamentos desejadamente ecoantes, mas lamentavelmente desprezados por Governos vergonhosos”. – Baptista Bastos.

Almeida governou vergonhosamente a cidade e quer repetir a experiência... Só me ocorre o seguinte: "É uma pena que todas as pessoas que sabem como é que se governa o país estejam ocupadas a conduzir táxis ou a cortar cabelo". –George Burns.

 


 

 

11 comentários:

  1. Quem me conhece sabe que sou adepto das redes sociais. Esforço-me por entusiasmar quem conheço para que tenham a coragem de expressar ideias, partilhar pensamentos, sentimentos e darem largas à criatividade. Mas haverá um limite? Será esse limite ditado pela consciência? Pela moralidade, pela Lei, código deontológico, amizade ou regras de conduta social? Não o sendo imposto na origem, poderá esbarrar nas fronteiras do razoável ou nos critérios de quem lê? As redes sociais são o mais democrático meio de comunicação que existiu na História, sendo porém, também o mais susceptível de balançar na corda bamba da credibilidade, entrando em queda livre, quando dão passos em falso.

    Com todo o respeito ao autor deste texto, não lhe pretendo tecer críticas pessoais, mas gostaria de repor a justiça a um amigo que eu conheci nos tempos de escola, quando já se dedicava arduamente às causas académicas dos colegas. Costumávamos dizer que o Miguel tinha nascido para aquilo, pois os restantes eram demasiado baldas para o associativismo, algo que ele levava muito a sério! Um amigo que nunca deixou de demonstrar simpatia e nunca se esqueceu, mesmo após se ter perdido a comunicação durante vários anos. Infelizmente não tenho muitos que possa gabar do mesmo. Hoje cruzo-me com alguns deles nas ruas da Figueira, onde fingem quase nem me conhecer. Obrigado Miguel, porque ao menos tu, nunca me viraste a cara!

    Repor a justiça a quem já reconheceu publicamente, por mais que uma vez, a imperfeição Humana, como qualquer um, que cometeu erros, como qualquer outro profissional dedicado (só não erra, aquele que nada faz), mas que segundo as palavras do Dr. Santana Lopes, deu uma contribuição em todos os projectos que tornaram a Figueira da Foz no terceiro destino turístico de Portugal e uma das cidades mais prósperas do país. Algo que custa a reconhecer a uma certa franja política da cidade, que nunca apresentou uma alternativa capaz de superar a proficuidade da equipa de Santana Lopes.

    Não sei qual era o sentimento dos funcionários da Câmara nessa altura, mas uma coisa é certa: nunca se ouviu um Vereador executivo lamentar-se numa Reunião de Câmara que não se limpavam as ruas com uma máquina porque os funcionários se recusavam a aprender a manuseá-la! Também podem confirmar este facto (aconteceu há pouco tempo).

    Não seria demais referir a dedicação do edil Miguel Almeida, que ajudou a deixar obra na cidade, como o CAE, o Oásis, as piscinas das freguesias, a melhoria do saneamento, a ciclovia (que foi algo mais do que uma promessa eleitoral), as entradas da cidade, a requalificação das Lagoas e de várias zonas urbanas, incluindo o Parque das Abadias. A cidade crescia a um ritmo de 30% ao ano, a oferta de emprego 20%, a afluência aos postos de turismo 200%, a afluência à doca de recreio e ao Parque de Campismo, bem acima dos 30%, marca também alcançada pela taxa de ocupação de camas, e a afluência aos restaurantes cerca de 46%!... Isto sem falar no imenso património adquirido, estratégia para a sua preservação: o Convento de Seiça, o Paço de Maiorca, o Abrigo da Montanha, a Quinta das Olaias. Acredito que não seria demais pedir para que se fizesse justiça e dizer que o “arrogante, sobranceiro e insolente” Miguel Almeida esteve ligado a todos estes projectos.

    Claro que depois de mim virão algumas almas dizer que tudo se fez às custas do compromisso das contas públicas! Afirmações que normalmente não fazem alusão aos factos e aos números, pois estes não lhes são favoráveis. Não referem o aumento da derrama em mais de 50% ou a capacidade de endividamento da autarquia em 9 vezes. Abro aqui um parênteses para também eu, oferecer ao leitor a minha dose de citações. Alguém um dia disse: “uma mentira dita muitas vezes, torna-se verdade”. É algo em que alguns figueirenses menos bem intencionados crêem, esquecendo-se que nem sempre assim acontece. O que eu acredito verdadeiramente (e agora vou citar a minha avó) é que a verdade acaba sempre por vir ao cimo como o azeite na água. Mas isso serão contas de outro rosário. Vão preparando os terços!

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  2. Eu não sou fã do Miguel Almeida, mas realmente temos de ser realistas que depois de ocupar qualquer cargo político se fica com uma bela carteira de contactos e há muito mais facilidades de abrir seja o que for. Seja de que cor for!

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  3. Como foi possível, num só mandato, empenhar o futuro dos decisores, das jovens gerações e da população em geral durante duas décadas? Sim, duas décadas é o reflexo desse desastroso e populista mandato! Foi possível porque Santana Lopes e Miguel Almeida trabalhavam pelas suas carreiras políticas e nelas apostaram o futuro da Figueira da Foz, como aliás se veio a verificar (contra factos não há argumentos).
    No primeiro ano da gestão de Duarte Silva a dívida total duplicou, no primeiro mandato aumentou 400% e a dívida a fornecedores 1200%! Que suprema vergonha! Alguém acredita que foi Duarte Silva que assim se endividou para pagar dívidas suas; engano. A dívida vinha do mandato dos grandes gestores, a dupla Santana/Almeida que até se deram ao trabalho de durante o último ano de mandato congelar pagamentos para que a dívida só subisse aos seus sucessores! Isto aconteceu, vale a pena lembrar, numa altura em que a taxa de juro era baixa, o imobiliário estava a crescer, a despesa privada aumentava a olhos vistos. Daí os números que o amigo do Miguel Almeida apresenta,resultantes, não das boas medidas de gestão levadas a cabo mas da favorável situação económico-financeira vivida; mais, no mandato de S.L. as receitas da câmara aumentaram pelas razões expostas; ou seja, mais receitas e ainda um brutal endividamento; como se costuma dizer: foi um fartar vilanagem! Alguém acredita que a derrama aumentou pelos bonitos olhos de S. L. ou Miguel Almeida ou por medidas por eles tomadas? Por amor de deus, haja bom senso!
    Hoje cumpre perguntar: de que serviu comprar o mosteiro de Ceiça se não foi recuperado? e o paço de Maiorca se apenas serviu para negociatas posteriores de vários milhões de euros empochados por terceiros? e fazer o oásis, completamente destruído e às moscas durante vários anos? e as piscinas nas freguesias com gastos insuportáveis de gás? E gabam-se de quê? de dois quilómetros de ciclovia mal feita com correntes no passeio a impedir que as portas dos carros batam nos ciclistas e onde há acidentes quase todos os dias no Verão? Sabem porque foi feita assim? pela pressa de servir os intentos da carreira dos dois grandes gestores!
    Por que razão suporta hoje o executivo de João Ataíde 8 milhões de euros anuais de serviço da dívida? 8 milhões é quase um terço da receita anual da câmara, se pensarmos que mais de outro terço é para pessoal, o que sobra? Um milhão para energia elétrica, um milhão para recolha de resíduos, meio milhão para espaços verdes... E que fica? a dívida acumulada a fornecedores?
    O expoente máximo de tanta irresponsabilidade foi ter recebido e gasto (mal gasto) pagamentos antecipados da concessão das águas que puseram a Figueira no top da água mais cara do país! foi agora João Ataíde que resolveu este problema, com o pagamento zero para os primeiros 3 mil litros para residentes, para além da criação da taxa social.
    Não vale a pena falar de outras loucuras como a célebre discoteca, a tenda vip no palácio Sotto Mayor, o esbanjamento na festa de inauguração da piscina,os quase um milhão de euros pagos a um arquitecto estrangeiro para fazer um desenho do centro de congressos e toda uma panóplia de promessas por cumprir: o estádio de lavos, o aeródromo, a passagem superior da esplanada à praia, etc.etc.
    Uma pergunta final que resume todo o exposto: o que ficou desse mandato maravilha? nada! era crescimento sem sustentabilidade; ficou, isso sim, e aí o autor do blog tem razão, os sinais exteriores de riqueza de alguns, o carreirismo de deputado de outros, ou seja, um grupo de pessoas que ganhou com esses "inolvidáveis" quatro anos de um mandato "brilhante"!
    São estas as contas do rosário que vão perdurar por muitos anos...infelizmente...

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  4. Gostei muito do comentário anterior. Haja alguém que ponha às claras o que se passou e quais são os resultados que agora empenham o nosso presente e futuro. E dizem os sebastianistas-santanilhas atuais como propósito para ganharem a Câmara que querem o regresso ao passado para recolocarem a cidade no mapa!!! meu Deus, que desastre se tal acontecer. Figueirenses, olhem com olhos de ver, não caiam em ilusões. A Figueira está a ficar de boa saúde financeira e é uma cidade sustentável. Não a queiram derrear com "novos" velhos megalómanos..

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  5. As contas que falam do "pseudo-endividamento" do executivo de Pedro Santana Lopes e do primeiro ano de gestão de Duarte Silva são completamente falsas! Quem as avançou inventou que se farta. Falem do que sabem! E que eu saiba, nunca conheci grandes sinais de riqueza a um e a outro (Miguel Almeida e Santana Lopes)...

    Ao contrário, também nunca um Vereador responsável pelas finanças, no tempo de Santana Lopes ou de Duarte Silva, devolveu os pelouros e veio para a comunicação social dizer que: "haviam coisas que se faziam e desconhecia, pelo que deixava de assumir um lugar onde poderia ser criminalmente punida"!! Pois, bem, a Vereadora Isabel Cardoso, fez isso com João Ataíde!

    Por isso tudo, concordo quando dizem que os figueirenses devem abrir os olhos. Devem sim senhor! E devem também tomar mais em conta quem assume o que diz sem medo e deixar de acreditar em quem se esconde atrás de comentários anónimos, para que não lhes peçam responsabilidades dos disparates que dizem...

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  6. Antes de entrar na política, Almeida tinha um carro usado e velho; no poder,já vereador, Miguel comprou um carro topo de gama, passou a usar fatos de marca,charuto,apartamento no edifício portugal, etc, etc... É necessario acrescentar algo mais?l

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  7. Agora vêm falar de "pseudo-endividamento" e que os números acima apresentados - não por mim - são completamente falsos!!! Se são falsos porque é que o Sr. Carlos Romeira não apresenta os supostamente verdadeiros????!!!.É fácil de adivinhar: não os pode negar. Não conhece sinais de riqueza exterior ao seu amigo Miguel Almeida???!!!. sempre que o vejo anda com um carro topo de gama diferente e faz festas de anos verdadeiramente bombásticas. Tem que ser tudo em grande como lhe ensinou o feiticeiro santanilha. É preciso muito espetáculo, com luzes para ofuscar as mentes das massas. O aprendiz interiorizou bem a lição e agora pretende pô-la em prática para voltarmos ao passado, ao tempo de grandes eventos faustosos e opíparos banquetes. Mesmo que isso se faça, mais uma vez, à custa da Figueira, em detrimento da sua sustentabilidade futura. Mas uma coisa lhe digo: se os seus intentos forem conseguidos e o seu amigo - arrenego-te satanás - conseguir ganhar a Câmara, não vai ter os "problemas" que o Dr. João Ataíde tem com os "desconhecimentos" da Vereadora Isabel Maranha Cardoso; o Dr. João Ataíde limitou-se a assumir despesas inadiáveis e urgentes para o funcionamento do que é essencial no município, o que a Srª Vereadora, pelos vistos, não queria assumir. Se o seu amigo for eleito presidente e vier a por em prática a sua política despesista e de espetáculo, então é que vai ver violações a sério da lei dos compromissos. E como deduzo que pelos bons serviços que lhe presta irá estar lá com um tachito qualquer, irá poder assistir de camarote a tais violações e vilanagens. Quem sabe, se este país começar a fazer justiça substancial, ainda não vai ter o prazer de o acompanhar no banco dos réus por tais infrações, e gabar-se disso como o outro se gaba de passar as camisitas ao santanilha... vá lá que não eram de vénus mas da terra.

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  8. "Pseudo-endividamento"? que descaramento dos diabos! Caro Rui Beja, dizer que os números da dívida acima apresentados são falsos é uma mentira descarada. Para conhecimento de quem não sabe - o senhor de cima sabe, não quer é admitir! - digo-lhe os números: em 2001 a dívida era de 15,5 milhões de euros, em 2002 passou para 30,7 milhões de euros; aumentou quase 100%. Em 2005 a dívida era de 61 milhões de euros! Aumentou 300%! Agora a divida a fornecedores: veja a vergonha meu caro: em 2001 era de 2,3 milhões de euros, em 2005 era 33 milhões de euros; aumentou 1334,7%. Sei que isto custa mas esta é a verdade. Se os números não são estes o sehor sabichão que od diz falsos que diga quais são.

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  9. bem, parece que o romeira se calou... será que engoliu um sapo e o deixou mudo

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  10. Só citaçôes....de um socialeiro é pouco.

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  11. É tudo a mesma cáfila,eu que fui funcionário da Câmara no sector da limpeza bem sei,bem sei as máfias quelá sefaziam,funcionários que de noite iam colar cartazes para agradar aos chefes,faltavam ao serviço(4 da manhâ) e alguém lhes picava o cartão para não terem falta, só que apanhei o comandita e enconstei-o á parede,era um pau mandado,meus amigos era ver nos concursos esses seres a passar á frente de todos,quem refilou foi perseguido e ameaçado com processos disciplinares,foi um fartar vilanagem.

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